Quando pensou, tinha dobrado a esquina com vontade imensa de ficar. Mas foi. Seguiu andando porque ali dentro dele, morava uma voz que era sua, por direito, propriedade e natureza. Ela dizia quase que sussurando, que o melhor era ir. Inconsciente autoritário e sempre certeiro. Foi sem olhar para trás com um meio sorriso cortando os lábios. Devagar os olhos acompanhavam os chinelos que chutavam pequenas pedras, chispando em tantas outras que ficavam pelo caminho, assim como toda aquela idéia de felicidade, amor e construção ideal.
Veio aquela música latejante na cabeça. Escolheu outra, repensou sobre tudo. Apertou os dedos contra a palma da mão. Estralos. Tudo era mais simples. Um suspiro querendo ser tornado pra voltar e gritar o que descia seco e quase com um prazer extremamente esquisito. Viciou-se naquela saudade que começara, quando ainda nem tinha sido, imagine se um dia fosse. E tudo findou num aplauso unilateral.